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…E agora a nova Marvel

Marvel

Neste momento, entre principais editoras de comics, a Marvel é uma das mais inovadoras, tanto nos conceitos que apresenta, como no arrojo visual das suas histórias. A iniciativa Marvel Now!, além de em 2013 ter sido um sucesso comercial que permitiu à editora competir com a medíocre mas mediática iniciativa New 52 da DC Comics, a sua eterna concorrente, deu verdadeira liberdade criativa a diversas equipas de autores que, com a produção regular de trabalhos de qualidade, conseguiram a difícil tarefa — já lá vão 75 anos* de publicação ininterrupta — de renovar ou reafirmar a direcção de alguns personagens já históricos, de onde destaco: Captain América de Rick Remender e John Romita Jr., Winter Soldier de Jason Latour e Nic Klein; Thor: God of Thunder de Jason Aaron e Esad Ribic, Uncanny Avengers de Remender e John Cassaday, Thanos Rising de Aaron e Simone Bianchi e o surpreendente FF de Matt Fraction e Mike Allred.

Neste contexto, a All New Marvel Now! é um grande passo em frente na intenção da histórica editora em produzir comics com temáticas variadas e para públicos diferenciados, algo que não se via em tão larga escala desde a seminal linha Epic, mas dando agora merecido destaque a personagens maioritariamente fora da tipologia do típico super-herói e em séries a solo, outra das “novas” apostas da editora, já que a ênfase dos últimos anos foi mais nas séries de grupo, em particular os Avengers e X-Men. Das novas séries com heróis solitários, se uns têm sido produzidos com qualidade nos últimos anos, Daredevil e Punisher, outros nem sempre tiveram o seu potencial bem explorado, ou sequer série própria, como Iron Fist, Ghost Rider, Moon Knight ou Silver Surfer.

Mas são três novos títulos protagonizados por personagens femininas que aqui destaco: Black Widow, Ms. Marvel e Elektra, e que preconizam a direcção desta “nova” Marvel mais autoral e que procura replicar o, a partida improvável, sucesso de critica que foi, e é, o galardoado Hawkeye de Matt Fraction e David Aja com a fórmula simples, mas muitas vezes esquecida, de deixar os seus criadores… criarem.

Black Widow
Black Widow.

Um dos primeiros títulos foi Black Widow, onde podemos acompanhar o caminho de redenção de Natasha Romanova, uma implacável espiã russa que desertou para os EUA. Criada por Stan Lee, Don Rico e Don Heck em 1964*, em plena Guerra Fria, Black Widow tem um passado negro e algo obscuro – e retroactivamente actualizado, sistema este utilizado ad eternum pela Marvel com diferentes níveis de sucesso ou relevância – e quer agora redimir-se nesta nova série escrita espartanamente por Nathan Edmondson (Punisher) e superiormente desenhada por Phil Noto.

Desde logo a começar pelas capas, Noto canaliza todo o imaginário dos filmes de espionagem dos anos de 1960 e 1970, décadas de ouro para a ilustração americana onde Coby Whitmore, Robert McGinnis, Bob Peak ou Jack Potter pontificavam e são aqui notórias as suas influências gráficas e temáticas, onde algo de etéreo permanece dessa época nas ilustrações de Noto, quer na paleta impressionista das cores, quer nas linhas esquemáticas e simplificadas. As páginas 18 e 19 do segundo número são disto exemplo.

Ms. Marvel
Ms. Marvel.

E se, não raras vezes, os perigos vindos do oriente eram a maior preocupação dos agentes secretos clássicos, em Ms. Marvel a personagem principal é Kamala Khan, uma desbocada adolescente a viver em New Jersey, filha de pais imigrantes paquistaneses. Sendo este um típico comic da Marvel onde, entre lutas com supervilões e dilemas familiares, a personagem principal vive na dualidade entre o que os outros esperam dela a as suas próprias aspirações, não deixa de ser bem atípico pelo facto de Kamala ser muçulmana, resultando numa procura de identidade num contexto nada comum nos comics norte americanos.

Os desenhos de Adrian Alphona, num registo mais alternativo que o habitual na Marvel, caracterizam na perfeição toda a diversidade cultural dos vários intervenientes, desde a família e amigos de Kamala até aos seus colegas de escola tipicamente americanos, entre os quais procura integrar-se. No entanto, a argumentista G. Willow Wilson, ela própria convertida ao Islão, faz questão de afirmar que esta série não pretende ser panfletária e que se Kamala questiona a sua fé religiosa, esse é apenas um dos aspectos que formam a complexidade da sua personalidade e motivam-na na procura do equilíbrio entre a sua herança cultural e o facto de ter nascido americana e ser fâ dos Vingadores, em particular de Carol Denvers, a Ms. Marvel original.

Elektra
Elektra.

Por último, destaco Elektra, a nova série com argumentos de W. Haden Blackman e arte do incrível Michael del Mundo, que logo no primeiro número deixa bem clara a sua intenção: devolver à personagem o lugar de destaque que merece entre as principais personagens da Marvel.

Criada por Frank Miller em 1981, apareceu pela primeira vez no Daredevil nº. 168 como mercenária e ex-namorada de Matt Murdock e, até à sua morte no nº. 181, Miller foi compondo a sua personalidade de forma cada vez mais complexa e ambivalente, continuando esse percurso em Elektra Asssassin com Bill Sienkiewicz e finalizando em Elektra Lives Again, a genial e desvalorizada novela gráfica que escreveu e desenhou em 1990. Desde então sempre faltou um rumo à personagem que de vez em quando emergia em séries alheias ou em títulos próprios mas que em nada valorizavam ou acrescentavam ao que Miller já havia criado.

Entra Blackman e com ele uma escrita directa, sem recuos ou hesitações, que resumindo o passado de Elektra em páginas de extrema beleza desenhadas por Del Mundo e coloridas por Marco D’Alfonso, faz a personagem avançar na procura da sua identidade à muito perdida.

Em resumo: três séries diferentes entre si, mas visualmente marcantes e que procuram inovar, diversificar e consolidar a presença de personagens femininos fortes no universo Marvel.


André Azevedo escreve habitualmente no blogue A Garagem.

Sugestões #50

Parker Slayground
Parker: Slayground numa adaptação de Darwyn Cooke, num suporte oculto para livro. Temos dois modelos da Umbra disponíveis.

De volta com mais sugestões para manter os ânimos quentes em Outubro. A destacar Grendel Vs. the Shadow por Matt Wagner, também Grandville: Noel HC por Bryan Talbot na Dark Horse, Names por Peter Milligan e Leandro Fernandez na DC, Roche Limit por Michael Moreci e Vic Malhotra na Image e Battling Boy: Rise of Aurora West Vol. 01 por Paul Pope, J. T. Petty e David Rubin na :01 Fist Second.
E aproveitem o Verão para passar na livraria e escolher a leitura ideal para ler à sombra da bananeira! Boas leituras!

Marvel para assinatura

Edge of Spider-Verse #1 (de 5)

Por David Hine, Fabrice Sapolsky and Richard Isanove. Todas as encarnações do Spider-Man, de todas as dimensões no maior evento da história do Spider-Man e a loucura começa aqui.
O Peter Parker de 1930 encontra-se não só a lutar contra o Mysterio, mas está envolvido no Spider-Verse e nas ameaças que o rodeiam.

Fantastic Four Annual #1

Por James Robinson e Tom Grummett. Sue Richards vai a Latveria para discutir com o Dr. Doom o bem estar e a segurança da sua filha Valeria. A imponência do reino do Dr. Doom vai ser desfeita, enquanto a Invisible Woman e Dr. Doom transformam Latveria num campo de batalha, numa das mais selvagens lutas da história do Fantastic Four.
E no fim de tudo de que lado estará Valeria?

Hawkeye Vs. Deadpool #0 (de 5)

Por Gerry Duggan e Matteo Lolli. Em tempos, campeões apareciam para combater o mal que ameaçava a humanidade. Ele lutavam pela salvação, por tudo de bom que havia no mundo e venciam. Eles eram bons, generosos e que se sacrificavam, eles eram heróis. Estes dois não são heróis: Hawkeye e Deadpool.
O primeiro é um homem das mulheres (atendendo que esta definição significa que as mulheres adoram odiá-lo), um cruzado com um arco e flecha e Avenger. E é o único membro da equipa sem poderes. O segundo é o degenerado da regeneração. Podes dar-lhe um tiro, apunhala-lo, ou fazer daquilo que ele chama de cara de saco de boxe, mas nada pode parar as bocas de Deadpool.
O que eles têm em comum? Halloween e um mistério de espionagem da SHIELD, que tem ambos numa corrida contra o tempo, enquanto se arrebentam um ao outro.

DC

Teen Titans: Earth One Vol. 01 HC

Por Jeff Lemire, Terry Dodson, Rachel Dodson e Cam Smith. Nesta nova graphic novel, temos uma nova visão dos Teen Titans. Estes jovens heróis nunca se sentiram normais, mas eles não imaginavam o quanto correcto estavam. A idílica infância em Oregon esconde um segredo. Um que trará assassinos, shamans e extraterrestres atrás deles e os levará a fazer uma aliança que pode abalar o planeta até às suas fundações!

DC para assinatura

Names #1 (de 8)

Por Peter Milligan e Leandro Fernandez. Kevin Walker é um corrector de sucesso em New York. Ele é muito rico, tem uma jovem e sensual esposa e um filho que adora. Ele tem tudo. Até que…
Um homem misterioso conhecido como o Surgeon entra no seu escritório e diz-lhe que ele tem de escrever uma nota de suicídio, Assustado, mas obediente, Kevin faz o que é pedido, depois ao comando do Surgeon, Kevin salta da janela para a morte.
O poder da alta finança que pode destruir economias, é controlado por um grupo dos mais ricos e dementes do mundo. E Kevin é um deles.
Agora cabe a Katya Walker, a bela e letal jovem viúva de Kevin, assumir o poder do seu marido e descobrir quem o matou e porquê. Não importa o custo e nem quem tenha de morrer para o conseguir.

Dark Horse

Grandville: Noel HC

Por Bryan Talbot. O Detective LeBrock persegue um culto responsável por um horrível homicídio em massa. Com Paris nas mãos dum misterioso senhor do crime e ataques de terroristas humanos, pode LeBrock deter a inevitável ascensão do fascismo? E poderá isto ser parte duma conspiração secular para levar o mundo para guerra?

Satoshi Kon’s Opus

Por Satoshi Kon. O brilhante realizador de animé Satoshi Kon, cujo o génio criou filmes como Paprika, Paranoia Agent, Tokyo Godfathers, Millennium Actress e Perfect Blue, morreu tragicamente novo em 2010, aos 46 anos. A Dark Horse vai lançar Opus, um omnibus que contém dois volumes de mangá, criados por Kon em 1996. Uma obra que demonstra a mestria do realismo e surrealismo que o tornariam famoso com Perfect Blue! Para os apreciadores de excelente BD!

Dark Horse para assinatura

Prometheus: Fire and Stone #1

Por Paul Tobin e Juan Ferreyra. Como a nave Prometheus nunca regressou da sua viagem até LV-223, as questões em volta das origens do Homem continuam por responder. Agora uma nova equipa procura descobrir o mistério que revela o destino da missão original, mas possivelmente a destruição da actual.

Aliens: Fire and Stone #1

Por Chris Roberson e Patric Reynolds. Durante um violento ataque de xenomorfos, o engenheiro de terraformação Derrick Russell lidera um grupo de sobreviventes desesperados numa nave mineira. Eles esperam escapar às criaturas que destruíram a colónia, mas terão de enfrentar horrores tanto no espaço, como no estranho planeta onde se despenham.

Grendel Vs. the Shadow #1 (de 3)

Por Matt Wagner. Faíscas voam e balas reluzem, quando o Grendel original ou Hunter Rose é transportado para a New York de 1930 e enfrenta o vingador da noite, o temível Shadow. Pelas mãos do genial Matt Wagner! A não perder!

Image

Displaced Persons

Por Derek McCulloch e Anthony Peruzzo. São Francisco, século XX, em 1939, um detective privado procura um herdeira desaparecida. Em 1969 dois irmãos gémeos encaram um roubo de drogas de lados opostos da lei. Em 1999, uma mulher lentamente se apercebe do terrível perigo que tem em casa. O que há de comum com estas pessoas? Um pouco de crime, homicídio, amor, amizade, traição e viagens no tempo!

Image para assinatura

Roche Limit #1

Por Michael Moreci e Vic Malhotra. Vinte anos depois, o sonho do bilionário Langford Skaargard da exploração do cosmos terminou. Roche Limit, uma colónia situada no limite duma misteriosa anomalia energética, é o centro de crime e de terríveis segredos. Quando Bekkah Hudson desaparece, a busca desencadeada pela sua irmã e por um grupo de figuras do submundo revela uma futuro nefasto para a humanidade.

Fantagraphics

Bumf Vol. 01: I Buggered the Kaiser

Por Joe Sacco. Joe Sacco regressa às suas raízes do comic underground com esta obra, carregada de sátira e crítica social.

First Second

Battling Boy: Rise of Aurora West Vol. 01

Por Paul Pope, J. T. Petty e David Rubin. Aurora West é a filha do último grande herói de Arcopolis, Haggard West. Rise of Aurora West é prequela de Battling Boy e segue a jovem heroína, enquanto ela tenta descobrir o mistério da morte da sua mãe e o seu lugar num mundo invadido por monstros sobrenaturais e corrupção muito humana.

Drawn & Quarterly

Bumperhead HC

Por Gilbert Hernandez. Esta nova história complementa Marble Season, em que seguimos Bobby, um jovem baldas que narra a sua vida como acontece, mas oferece pouca reflexão dos eventos que ocorrem. Bobby vive no momento e é incapaz de ver o mundo fora das suas experiências. Ele vive os anos 70, passando por todas as sub-culturas da era. Num curto espaço de tempo vai dum roqueiro pedrado a punk janado em speeds. A saltar de relações, a vida passa por ele a voar.A abordagem de Hernandez capta a insensibilidade e crueza da raiva e paixão de um jovem, que espera que a vida aconteça e que não repara no que está acontecer à sua volta.

Sugestões #49

Vasco

Em mês de mundial, em vez de vitórias morais apresento uma lista de selecções que para animar o espírito de qualquer adepto de BD. A destacar Guardians of the Galaxy Annual #1 por Brian Michael Bendis e Frank Cho na Marvel, Loverboys HC por Gilbert Hernandez na Dark Horse, Fade Out #1 por Ed Brubaker e Sean Phillips na Image, Collector HC por Sergio Toppi na Boom! e Heroic Legend of Arlan por Yoshiki Tanaka e Hiromu Arakawa na Kodansha. Aproveitem para passar na livraria para descobrir as novidades deste mês que ainda por aqui andam e preparar a selecção ideal de BD para levar para as férias. Boas leituras!

Marvel para assinatura

Superior Spider-Man #32

Por Dan Slott, Christos N. Gage, Giuseppe Camuncoli e Adam Kubert. O caminho para o Spider-Verse começa aqui! Num número especial, que inclui uma aventura ilustrada pelo incrível Adam Kubert, como é que o Superior Spider-Man está em acção? O que é que ele está fazer? Onde ele está? E mais importante, em que época ele está?

Guardians of the Galaxy Annual #1

Por Brian Michael Bendis e Frank Cho. A maioria dos dias no espaço não são o que se pode chamar de normal, mas hoje tudo está perfeitamente “normal”. Isto é, até um helicarrier da SHIELD aparecer de repente no espaço! Há alturas, em que se tem de ir fora da sua jurisdição para resolver os problemas, mas isto é um exagero! E no meio da confusão temos Peter Quill, ou Star-Lord para os amigos e a gangue do costume, os notórios Guardians of the Galaxy! Que as explosões comecem!

Wolverine Annual #1

Por Elliott Kalan e Jonathan Marks. Uma simples viagem pai, filha adoptiva com o seu respectivo filho adoptivo. Wolverine e Jubilee levam Shogo para férias no campismo. Mas como temos o Wolverine no meio da floresta, o que pode correr mal? Talvez tudo! O prenúncio da mini-série Death of Wolverine é aqui.

DC para assinatura

Multiversity #1

Por Grant Morrison, Ivan Reis e Joe Prado. Eis as 52 Terras alternativas do Multiverso da DC! Preparem-se para conhecer a Vampire League da Terra-43, os Justice Riders da Terra-18, Superdemon, Doc Fate, os super-filhos de Superman e Batman, os devastadores Retaliators da Terra-8, os Atomic Knights of Justice, Dino-Cop, Sister Miracle, Lady Quark, a Legion of Sivanas, os Nazi New Reichsmen da Terra-10 e o mais recente e maior super-heroi da primeira Terra: Tu!
Consistindo de seis aventura completas, cada uma passada num diferente universo paralelo, mais uma história em duas partes para estabelecer o enredo e um guia para os diferentes mundos do Multiverso. No primeiro número, o President Superman da Terra-23 descobre uma ameaça para toda a realidade, tão apocalíptica que será necessário uma equipa de heróis de todo o Multiverse para o enfrentar! Mas com uma variedade de Terras alternativas por onde escolher, onde qualquer variação é possível, pode alguém ter a esperança de resistir contra o ataque devastador do mal definitivo e do ódio eterno na forma de um ex-defensor cósmico com poderes inimagináveis?

Dark Horse

Loverboys HC

Por Gilbert Hernandez. Na cidade de Lagrimas, ao estilo da pequena cidade de Palomar, um jovem “loverboy” tem uma tórrida relação com uma mulher, que foi em tempos a sua professora do sétimo ano, enquanto três jovens raparigas conspiram para envenenar a população da cidade.
Uma história de paixão no estilo do inconfundível Gilbert Hernandez.

Dark Horse para assinatura

Pop #1 (de 4)

Por Curt Pires e Jason Copland. E se as estrelas pop e as celebridades mundiais fossem literalmente produtos, criados pelas mais ricas e as mais depravadas mentes do mundo? E se uma dessas estrelas conseguisse escapar?

Usagi Yojimbo: Senso #1 (de 6)

Por Stan Sakai. Vinte anos no seu futuro, Miyamoto Usagi luta como general pelo Lorde Noriyuki contra o terrível e traiçoeiro Lorde Hikiji. Na fúria da batalha final, um foguete de metal despenha-se e dentro está um inimigo que nenhum lado poderia imaginar. Testemunhem o destino final de Usagi Yojimbo e companhia, neste épico samurai com um surpreendente twist de ficção-científica.

Image

Displaced Persons

Por Derek McCulloch e Anthony Peruzzo. São Francisco, século XX, em 1939, um detective privado procura um herdeira desaparecida. Em 1969 dois irmãos gémeos encaram um roubo de drogas de lados opostos da lei. Em 1999, uma mulher lentamente se apercebe do terrível perigo que tem em casa. O que há de comum com estas pessoas? Um pouco de crime, homicídio, amor, amizade, traição e viagens no tempo!

Image para assinatura

Fade Out #1

Por Ed Brubaker, Sean Phillips e Elizabeth Breitweiser. Hollywood, 1948, um filme noir está preso em infindáveis filmagens. Um escritor amaldiçoado com pesadelos da guerra e um perigo secreto. A morte suspeita de uma estrela em ascensão. E um maníaco dono de um estúdio e o seu chefe de segurança fazem o que for necessário para manter as câmeras a rolar antes que os dias do bom pós-guerra terminem.

Wayward #1

Por Jim Zub, Steve Cummings and John Rauch. Rori Lane está a tentar iniciar uma nova vida, quando ela se reúne com a sua mãe no Japão. Mas criaturas antigas escondidas nas sombras de Tóquio sentem algo escondido, ameaçando tudo que ela adora.
Será que Lori consegue desvendar os segredos do seu poder, antes que seja tarde demais?

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In the House of the Worm #1

Por George R. R. Martin, John Jos Miller e Ivan Rodriguez. Debaixo de uma cidade arruinada, num planeta esquecido, existe um mundo de intriga e vingança. Quando Annelyn é envergonhado, em frente dos seus amigos da nobreza, pelo Meatbringer, põe em andamento um plano de vingança. Mas a terrível verdade sobre o temível White Worm torna o seu plano em desgraça de forma catastrófica!

Boom! Studios

Collector HC

Por Sergio Toppi. Longe dos leilões da elite, o Collector procura raros e misteriosos artefactos de todo o mundo. Ele tanto está em casa nos salões de Paris, como nas selvas do Bornéu. Decorrido durante o colonialismo do século XIX, o Collector é uma aventura deliciosa de capa e espada.

Boom! Studios para assinatura

Fairy Quest: Outcast #1

Por Paul Jenkins e Humberto Ramos. As aventuras de Red e Mister Woof apenas começaram. Em Fablewood todas as histórias que foram alguma vez contadas, vivem lado a lado. Mas é um lugar maléfico, governado pelo terrível Mister Grimm e os seus asseclas da Think Police. Red e Woof querem escapar para um mundo onde a amizade não é proibida, mas nada os irá preparar para o que os aguarda na Dark Forest.

Drawn & Quarterly

Even More Bad Parenting Advice

Por Guy Delisle. A continuação das experiências de Guy Delisle no mundo das frustrações e alegrias de ser pai. A não perder!

Kodansha

Heroic Legend of Arslan Vol. 01

Por Yoshiki Tanaka e Hiromu Arakawa, o criador de Fullmetal Alchemist. Apoiado por apenas alguns companheiros, incluindo o filósofo/espadachim/estratéga Narsus e o seu jovem servo Elam, Pharangese, uma distante e fria sacerdotisa e Gieve um músico itinerante e vigarista, Arslan tem de sobreviver contra grandes desvantagens e juntar um exército forte o suficiente para libertar sua nação do exército de Lusitania, que é liderado pelo enigmático guerreiro conhecido como Silvermask!

Jorge Coelho, desenhador de vilões

Se já não é novidade haver desenhadores portugueses a desenhar para a Marvel, continua a ser notícia de cada vez que preparam um novo trabalho. O caso mais recente é Jorge Coelho, que está a desenhar uma história de Loki, Agent of Asgard.

Este não é, no entanto, o primeiro trabalho de Coelho para a Marvel, uma meta que muitos desenhadores da sua geração perseguem.

Por isso, em entrevista para a preparação deste texto, Jorge Coelho revelou que anda “a mostrar portfólios há já uns anos” até que, “finalmente em Novembro de 2012, no Festival de Lucca, Itália, C.B. Cebulski”, caça-talentos da casa das Ideias o viu e achou que o seu traço “estava no ponto para trabalhar para a Marvel”. “Passaram-se alguns meses” de expectativa, entretanto desenhou “Polarity, para a BOOM! Studios,” e, por fim, foi-lhe proposto “o projecto Venom” que aceitou “sem piscar os olhos”.

Venom #40
Venom #40
Venom #40
Venom #40.

“O projecto Venon” era Mania, um arco em três partes escrito por Cullen Bunn, que foi publicado na revista do simbionte, entre os números #40 e #42. Nele foi introduzido o simbionte feminino Mania, que deu nome à história.

Apesar de declarar que não está “completamente satisfeito” com o seu trabalho em Venon, em parte devido a “alguma pressão auto-imposta que deve ter contribuído para tal”, acredita que o resultado influenciou o actual convite para participar em Loki, Agent of Asgard.

Será, então, Jorge Coelho um desenhador com queda para vilões ou será simples coincidência? É o próprio que diz que Loki a seguir a Venon talvez se deva ao facto de “gostar de carregar em negros expressivos” com os quais consegue “transmitir uma atmosfera escura”.

A estes dois projectos, de que tem “gostado bastante”, aponta apenas um senão: “pecam por pequeninos”. E confessa que gostaria, “no futuro, de ter projectos maiores, de habitar títulos e personagens durante mais tempo”.

Sobre aquele que agora o ocupa, menciona que “Loki, Agent of Asgard é uma volta gira ao personagem Loki, depois do Ragnarok, o Apocalipse da mitologia nórdica. Loki morreu e reincarnou no seu próprio corpo, pós-adolescente, em busca de redenção… ou então é apenas mais um dos seus esquemas, quem sabe?”

A história em que está a trabalhar, é “uma espécie de intervalo dentro do principal arco narrativo do título”, e será publicada “em Setembro”, nos números #6 e #7 da revista.

Ainda não pode adiantar muito sobre a narrativa em si, pois apenas recebeu “metade do script”. Neste momento, está a “procurar referências e a tirar as dúvidas normais que surgem durante o processo”. Depois, vai “apresentar layouts que serão comentados” e de seguida ocupar-se-á da arte-final. O processo conclui-se com a “digitalização, uns toques finais em computador e o envio dos ficheiros”. Em suma: “é um processo trabalhoso, mas simples”.

Como sempre que trabalha “tanto em banda desenhada como em ilustração editorial e publicitária, durante a produção” tem sempre de “apresentar esboços e receber de volta alterações. Serem muitas ou poucas depende da equipa e das particularidades do projecto e é mais ou menos imprevisível”.

Se trabalhar para a Marvel dá sempre outra visibilidade, esta é apenas mais uma etapa de um percurso já com alguns anos que, segundo Jorge Coelho “tem sido natural, como desenrolar um novelo. Um trabalho puxa outro, reforça o portfólio e irá trazer melhor trabalho”.

Membro do The Lisbon Studio, costuma comentar com os seus colegas que “publicar não é difícil. Ser pago para tal é onde a porca torce o rabo”. E, no seu trajecto internacional, também tem tido experiências dessas.

O primeiro projecto de maior visibilidade em que participou foi Forgetless, para a Image Comics, uma mini-série em cinco números. Tudo começou com “um repto de Nick Spencer para um conceito de três histórias diferentes que se fundem no último episódio, numa festa” que deu nome à narrativa. “Como a Image Comics, trabalha apenas com percentagem de royalties e o projecto não foi um sucesso de vendas, não rendeu monetariamente”. Mas, neste meio, não é apenas o dinheiro que conta e Coelho assume que Forgetless, já compilado num TPB, “foi o primeiro projecto a dar exposição geral” ao seu trabalho, “o que versus o nada anterior foi um progresso”.

Polarity #1
Polarity #1.

Apesar disso, seguiu-se “um hiato, não caiu nenhum trabalho” e acabou por aceitar o convite “para participar no colectivo online Brand New Nostalgia” para o qual teve de executar “cerca de 40 ilustrações em desafios semanais”, que serviu para renovar o seu portfólio e lhe proporcionou uma exposição acrescida, da qual, “certamente, nasceu o contacto de Eric Harburn, da BOOM! Studios”. Dos sucessivos contactos e com pranchas de teste acabou “por conquistar Polarity”, um argumento de Max Bemis, desenvolvido ao longo de quatro comics entre Fevereiro e Maio de 2013, entretanto reunidos num único volume.

Sobre Polarity, Jorge Coelho assegura que “A ideia era muito interessante: Tim um hipster desconsolado descobre que as suas crises bipolares despertaram super-poderes; depois, tudo o que se sucede é estranho”. Algo que lhe agradou, pois gosta “de estranho”. E continua: “o escritor, vocalista da banda Say Anything, trouxe também algum do seu público musical para a banda desenhada, o que contribuiu também para ser um projecto diferente e a todos os níveis bem-sucedido”. Em termos pessoais acredita que conseguiu explorar o seu trabalho “em direcções diferentes do que estava habituado”, o que foi decisivo para “fazer a ponte entre o registo mais europeu e o americano”.

Zero #8.
Zero #8.

Entre Venon, datado de Novembro 2013/Janeiro de 2014, e o actual Loki, Agent de Asgard, “do qual ainda não há autorização para revelar imagens” ainda desenhou “o número #10 de Suicide Risk”, escrito por Mike Carey, de novo para a BOOM! Studios – série da qual Filipe Andrade desenhou recentemente o número #14 – e o oitavo Zero, num regresso à Image, um argumento de Ales Kot que considera, “em termos criativos, talvez o projecto mais recompensador até à data…”

E termina, reforçando uma ideia: “Tudo natural, como desenrolar um novelo”.


Pedro Cleto escreve habitualmente no blogue As Leituras do Pedro.