Categoria: Eventos

Oficina de desenho

Oficina de desenho

Dias 4 e 5 abril, das 18h às 20h. Imperdível. Mais info e inscrições ateliertrestres [arroba] gmail [ponto] com.

Com organização do atelier 3|3, vamos ter o Dedo Cativo numa oficina de desenho manual para Riso, vindo de Lisboa vai estar a um palmo de distância de quem quiser com ele aprender e experimentar!
Desenhar manualmente, justapondo cores, texturas, traços, manchas, borrões e assumindo as falhas de registo face as possíveis coincidências descoincidentes. Iremos assim percepcionar as potencialidades de desenhar que a técnica de impressão em Riso reproduz, em média ou grande tiragem e a uma velocidade estonteante, conservando o carácter único do desenho.

O formador, Dedo Cativo — Dedo Mau, vive em Lisboa, trabalha como ilustrador por conta própria.
A ilustração surge do hábito de andar com um bloco, de desenhar, anotar frases, ideias e pequenas considerações (algumas lidas ou ouvidas). O trabalho mais pessoal é a materialização em desenho destas anotações.
Profissionalmente ilustra: livros, publicações culturais, publicações independentes, materiais para serviços educativos, embalagens, revistas, posters, fanzines, encomendas privadas (originais, serigrafias, pinturas murais e paredes interiores/exteriores). Para além de ilustrações em formato digital, utiliza a serigrafia, a tipografia, a gravura, os spray, os pincéis, as canetas e outros riscadores. Dá formação de serigrafia na associação Oficina do Cego (Lisboa).

Matéria Escura: Exposição de Filipe Abranches

Matéria Escura de Filipe Abranches

Por Pedro Moura. A expressão “matéria escura” nasce de um dos modelos vigentes da física para dar conta da matéria no universo, a sua massa, movimento, e expansão. Trata-se, portanto, acima de tudo, de um termo que ocupa a função daquilo que é ainda desconhecido ou das possibilidades efectivas de descrição, explicação e previsão. No fundo, mesmo que seja diferente da desusada teoria do éter, por estar agora ancorada em efeitos observáveis e mensuráveis, a matéria negra está ainda a ocupar um espaço de ignorância que se pretende ir apagando à medida que se fazem novas descobertas. H. P. Lovecraft tem aquela famosa frase de que “Vivemos numa ilha tranquila de ignorância no seio de mares negros de infinitude, e não está escrito que devamos viajar distantemente”, mas a atitude do escritor de weird fiction não era propriamente a da mente de um cientista, cujos passos são planeados e com o cuidado metódico que dita, logo à partida, a fortuna garantida. Garantida, pois um falhanço numa observação ou teoria é, em si mesmo, uma vitória também.

«Matéria escura», enquanto título de uma mostra da produção mais recente de Filipe Abranches, entre páginas de banda desenhada, alguma da qual inédita, e de ilustração editorial, menos ou mais próxima de colaborações textuais ou de companheirismos jornalísticos, dá também conta da própria exploração do artista. Em primeiro lugar, de todos os aspectos representativos, temáticos ou narrativos do que lança no papel, onde se conseguem vislumbrar pequenos fantasmas recorrentes a aliar trabalhos bem distintos (ecos de influências primárias revisitadas, o isolamento da figura, a teatralidade da iluminação noir, a violência indizível e mortífera sob o fino verniz social). Depois, a lavra da própria tinta na superfície, em que a destreza magistral do pincel e daquela particular matéria escura se mascara numa aparente facilidade do desenho. Finalmente, a talvez menos visível mas contínua, em toda a sua obra, criação de séries e uniões estilísticas.

É papel do visitante, então, ser o viajante-cientista deslocando-se cada vez mais longe na noite de Abranches, aproximando-se da matéria que mancha o papel para chegar à matéria que dele se desprende e adensa e agrega o seu universo.

Matéria Escura de Filipe Abranches

Matéria Escura de Filipe Abranches

Matéria Escura de Filipe Abranches

Matéria Escura de Filipe Abranches

Matéria Escura de Filipe Abranches
Filipe Abranches, Sama, Bruno Borges e André Azevedo.
Matéria Escura de Filipe Abranches.
Samplerman, Filipe Abranches e Claudio Martini da editora Zarabatana.

Data

Inauguração em 10 de Março de 2018

Outros links de interesse

Evento no Facebook
Filipe Abranches

Fotografias 5, 6 e 7 de Júlio Eme.

Fearless Colors

Fearless Colors

Esta publicação compila algumas das melhores páginas de BD que Samplerman produziu entre 2012 e 2015. Pode-se dizer que elas fazem homenagem aos “comic-books” norte-americanos dos anos 40 e 50, sendo misturados tal como uma viagem de um DJ a realizar o que Marcos Farrajota intitulou de “Comix Remix” — artigo escrito originalmente para o jornal finlandês Kuti.
Atravessando géneros clássicos como o romance cor-de-rosa, o policial, a ficção científica e o terror, algumas das páginas tanto se identifica excertos de Fletcher Hanks como o “Samplerman original”: Ray Yoshida. Violência, acção, disparos, naves espaciais, micróbios e bactérias, corpos mutilados são remontados numa colagem fractal que nos possibilitam novas formas de narrativas e leituras.
Por detrás de um super-heróis há sempre o alterego. Neste caso de Samplerman esconde-se o desenhador francês Yvang. Começou com a experiência Samplerman em 2012 através do tumblr ZDND (La Zone De Non-Droit) juntamente com o irrequieto Leo Quievreux, tendo contaminado a web desde então. Participou em várias publicações como a š!(Letónia), Off Life, Smoke Signal, Ink Brick, Lagon, The Village Voice e Scratches. A solo sairam os seguintes livros: Street Fights Comics (ed. de Autor, 2016), Miscomocs Comics (Le Dernier Cri, 2017), Samplerman (Secret Headquarters, 2017) e ilustrou ao LP colectênea Intrepid Curves #18 da Vinyl Moon.
O autor vai estar em Portugal Sábado, dia 10 de Março, na nossa livraria, pelas 17h00, para sessão de autógrafos. Dia 16 de Março, em Lisboa, na Nouvelle Librarie Française, com apresentação do livro Fearless Colors, uma edição MMMNNNRRRG. Absolutamente a não perder.