Etiqueta: marvel

Sugestões #72

Free Comic Book Day
Diogo Carvalho no Free Comic Book Day.

De volta com mais sugestões que prometem aquecer ainda mais as férias de Verão.
E aproveitem para passar pela livraria cheia de muitas novidades e inúmeros clássicos.

Marvel para assinatura

Deadpool and the Mercs for Money #1

Por Cullen Bunn e Iban Coello. Deadpool é um dos melhores mercenários do planeta. Ele pode passar até por um Avenger (Isto ainda está para ser aprovado). Mas uma coisa é certa, Deadpool é um péssimo líder. E se acham isto um exagero, é só perguntar aos Mercs for Money! Deadpool aceitou uma missão para limpar o sebo a super-vilões radioactivos, mas o problema é que a sua equipa não é imune à radiação como ele é, devido ao seu factor de cura! Mais mercenários numa nova missão e naturalmente mais problemas!

DC

Wonder Woman: True Amazon HC

Por Jill Thompson. Esta é a visão da genial Jill Thompson dos primeiros anos de Diana, a princesa Amazona, que iria tornar-se conhecida no mundo como Wonder Woman. Esta graphic novel é diferente de qualquer história da Wonder Woman até agora contada, com o estilo único e uma arte belíssima de Jill Thompson, em que descobrimos uma jovem Diana, que é o centro das atenções da sua nação, e por isso cresce mimada. Mas uma série de eventos trágicos e as suas consequências obrigam Diana a crescer, ser responsável e tomar o seu destino.

DC para assinatura

Justice League: Rebirth #1

Por Bryan Hitch e Tony S. Daniel. Depois dos eventos do DC Universe: Rebirth #1, a maior equipa de heróis da Terra dá as boas-vindas a três novos membros, incluindo Superman? Mas quem é este estranho visitante dum mundo morto? E será que se pode confiar nele? Batman e Wonder Woman não têm a certeza!

Justice League #1

Por Bryan Hitch, Tony S. Daniel e Sandu Florea. O oceano sobe, a terra treme e um antigo poder aparece para reclamar não só o mundo, mas o próprio universo. E nem a força combinada da Justice League o pode deter.

Nightwing: Rebirth #1

Por Tim Seeley e Yanick Paquette. Ele foi Robin, Batman, um espião e um fantasma. Agora Dick Grayson volta a Gotham City, para recuperar a vida que lhe tiraram. Mas quando um novo perigo ameaça aqueles que ele mais ama, Nightwing terá de escolher entre abandonar a sua casa outra vez, para poder destruir esta ameaça duma vez por todas.

Nightwing #1

Por Tim Seeley e Javi Fernandez. Batman treinou o Nightwing e ensinou tudo o que ele sabe, mas e se tudo o que ele ensinou está errado? Quando Dick fica encalhado com um novo mentor, que põe em causa tudo o que aprendeu com Batman, Nightwing tem de desfazer o seu conceito de justiça, de forma a poder lutar por aquilo que ele sabe que é correcto.

Titans #1

Por Dan Abnett, Brett Booth e Norm Rapmund. Depois do regresso dum velho aliado à equipa, os Titans preparam-se para enfrentar um inimigo com o poder de mudar a própria realidade. Mas os Titans nunca tiveram de enfrentar uma ameaça descomunal como esta antes, com tanto em jogo, será que eles serão capazes de se manterem unidos como uma equipa? Ou será que os erros do passado serão a sua queda?

Dark Horse

Troll Bridge HC

Por Neil Gaiman e Colleen Doran. O mundo do jovem Jack está cheio de fantasmas e monstros, mas um deles, um esfomeado e horrendo troll, o vai perseguir até se tornar um adulto. Enquanto o monstro se alimenta do medo e do arrependimento de Jack, este terá de arranjar coragem para enfrentar a criatura duma vez por todas.

Dark Horse para assinatura

Conan the Slayer #1

Por Cullen Bunn e Sergio Davila. Sozinho, cansado das batalhas e sem nada a não ser a sua espada, Conan da Cimmeria enfrenta uma inevitável morte no deserto, mas em vez disso, ele encontra um campo de salteadores Kozaki. Com uma faca na sua garganta e um bando de caçadores Turanian no seu encalço, será que o bárbaro meio morto vai encontrar um aliado no chefe Kozaki?

Image para assinatura

Snotgirl #1

Por Bryan Lee O’Malley e Leslie Hung. Quem é Lottie Person? Será ela, uma bela, divertida e adorada estrela dos media com uma vida perfeita, ou uma desgraça ambulante de alergias?
Bem-vindos ao mundo do ranho, sangue e lágrimas nesta nova série escrita pelo genial Bryan Lee O’Malley.

Horizon #1

Por Brandon Thomas, Juan Gedeon e Frank Martin. Zhia Malen pensava que tinha combatido a sua última guerra, até que ela descobre que o seu planeta está em risco de ser invadido por um mundo desesperado chamado Terra. O povo da Terra é informado que a sua chegada ao seu planeta significa invasão. Isso é mentira, isto é retaliação.

Cartoon Books

Bone: Coda 25th Anniversary Special

Por Jeff Smith. Vinte e cinco anos após a publicação do primeiro número a preto e branco de Bone e uma década depois da sua conclusão, chega uma nova e totalmente desnecessária aventura dos primos Bone. Venham na viagem dos rapazes com o seu amigo Bartleby, através do perigoso deserto, para regressarem a Boneville!
Uma divertida aventura, para todos, com uma quantidade de extras para todos aqueles que adoraram ler Bone!

Sugestões #71

Free Comic Book Day, uma pequena parte ainda na caixa.
Free Comic Book Day, uma pequena parte ainda na caixa.
Jorge Coelho
Jorge Coelho.

De volta com mais sugestões algo tardias. Aproveito para convidar para aparecerem no dia 7 de Maio e participarem connosco no Free Comic Book Day — basta aparecer para receber dois comics, quem comprar algo recebe três. Como se não bastasse vamos inaugurar pelas 17h00 uma exposições de originais de Jorge Coelho. Apareçam e boas leituras!

Marvel para assinatura

Civil War II: X-Men #1 (de 4)

Por Cullen Bunn e Andrea Broccardo. As névoas Terrigen envolvem o planeta, aumentando a raça Inhuman, enquanto a raça mutante se vai extinguindo, o que leva as duas raças a confrontarem-se. Mas quando um novo Inhuman aparece com a habilidade de ver o futuro, os X-Men temem que a balança vá para o lado dos Inhumans, o que pode significar a destruição da sua raça. E para impedir que tal aconteça, um mutante está disposto em fazer guerra aos Inhumans contra os restantes membros da sua raça. Os X-Men entram no confronto do Civil War II, quando Magneto, o mais terrível dos mutantes, toma o destino da sua raça nas suas mãos!

Deadpool Vs Gambit #1 (de 5)

Por Ben Acker, Ben Blacker e Danillo Beyruth. Gambit é o “falinhas-mansas”, o bonitinho engatatão no mundo dos X-Men. Deadpool, bem é na verdade o mais chato, dos mais feios “sacanas” do universo. Mas o que ambos têm em comum? Uma história secreta de trabalharem juntos a fazerem vigarices. E esta é a história do seu último trabalho.

DC para assinatura

DC Universe Rebirth #1

Por Geoff Johns, Gary Frank e companhia. Eis o renascimento do universo da DC. O futuro e o passado do Universo DC começa aqui. O que foi perdido está de volta e nada será mais o mesmo.

Superman: Rebirth #1

Por Peter J. Tomasi, Doug Mahnke e Jaime Mendoza. O mundo precisa do Homem de Aço, mas pode o Superman proteger o mundo, enquanto educa o seu super-filho com a sua mulher, Lois Lane? Agora é a vez de Clark ser o pai e ensinar ao seu filho o que significa ser super. Mas quem anda a caçar o seu filho e porquê?

Batman: Rebirth #1

Por Tom King, Scott Snyder e Mikel Janin. Eis Bruce Wayne novamente como Batman, eis Gotham perigosa como sempre! Eis o tempo em perigo!
Eis a ameaça do Calendar Man!

Dark Horse para assinatura

Prometheus: Life and Death #1

Por Dan Abnett e Andrea Mutti. Os Colonial Marines tomam o controlo de uma misteriosa nave extra-terrestre, após uma batalha contra os Predators que também a querem. Mas o dono da nave acordou, e os Colonial Marines encontram-se presos no espaço com um deus furioso!

Image para assinatura

Jupiter’s Legacy (Vol. 2) #1 (de 5)

Por Mark Millar e Frank Quitely. A continuação de Jupiter’s Legacy está finalmente a chegar. Chloe e Hutch saíram da clandestinidade com o seu filho Jason, para organizar uma equipa de super-vilões. A guerra vai começar! E o ajuste de contas será inevitável!

Midnight of the Soul #1 (de 5)

Por Howard Chaykin. Estamos em 1950 e Joel Breaktsone é um ex-soldado que participou na libertação de Auschwitz. Ele está completamente lixado. Ele não exala um hálito sóbrio em cinco anos, até que a vida protegida que ele criou se desfaz e começa uma longa noite que vai mudar a sua vida para sempre!

She Wolf #1

Por Rich Tommaso. Esta história é uma exploração surreal no horror, que segue uma adolescente que acredita que foi mordida por um lobisomem selvagem. Em pouco tempo ela começa a experimentar pesadelos que a perseguem no seu dia-a-dia.

IDW para assinatura

Tales from the Darkside #1 (de 4)

Por Joe Hill e Gabriel Rodriguez. Aqui o horror e o medo andam de mãos dadas. O bem e o mal, o macabro e o maléfico em vários contos pelos génios por detrás de Locke and Key! A não perder.

Dynamite

White Sand Vol. 01 HC

Por Brandon Sanderson e Rik Hoskin. Uma nova saga épica de magia e aventura pelo genial escritor Brandon Sanderson. No planeta de Taldain, os lendários Sand Masters dominam o poder arcano de manipular a areia de formas espectaculares. Mas quando eles são massacrados numa sinistra conspiração, o mais fraco da sua ordem, Kenton, acredita ser o único sobrevivente. Com inimigos em todos os lados, Kenton forma aliança com Khriss, uma misteriosa Darksider que esconde segredos terríveis. A fantasia do mais elevado nível nesta incrível graphic novel.

Secret Wars

Secret Wars
Alex Ross.

Argumento Jonathan Hickman, desenho Esad Ribic. Marvel, 2016.

Na adaptação de um superherói ao cinema, Superman (1979) ou Batman (1989) tornaram-se exemplares. Como se diz na gíria, tinham a hook and a look, fizeram muito dinheiro, e tornaram-se parte da cultura popular. Como sabemos pelas suas sequelas, a maturação de uma propriedade fílmica de superheróis é outra história.

Para a saga dos X-Men, agora no sexto filme (descontando derivados), a 20th Century Fox experimentou uma receita original para se actualizar de modo credível. Numa primeira trilogia, adaptou-se conforme o ar do tempo, com muito cabedal. Numa segunda fase, a chamada prequela, os filmes tornaram-se de época, acompanhando as histórias da bd à medida do período em que debutaram. As duas trilogias foram articuladas para formar um contínuo: em First Class (2011), Jennifer Lawrence apenas sonhava que era Rebecca Romjin, mas em Days of Future Past (2014) os actores dos primeiros filmes aparecem como versões futuristas dos seus sucessores, repartindo tempo de antena. Em Apocalypse estaremos nos anos 80, haverá impermeável amarelo, mohawk, e aquela ninja asiática do Jim Lee, estilo Conta-me como Foi, “baza dar um giro por todos os lugares onde foste feliz”.

A expansão de sagas em trilogias, remakes, e rebootscongruentes merece novo cuidado na era do Marvel Cinematic Universe. Depois de várias tentativas falhadas, que puseram as propriedades fílmicas mais valiosas em mãos alheias, o projecto arriscado de Kevin Feige, que meteu todas as fichas no autofinanciamento de Iron Man (2008), tornou-se uma máquina de fazer blockbusters. A continuidade desse projecto, bem como de outras narrativas transmédia semelhantes, depende de uma sinergia produtiva entre filmes, com subplots saltitantes, cenas pós-créditos, e desdobramentos televisivos. Com duas dezenas de filmes de superheróis previstas para a próxima década, a ameaça é a saturação, e a oportunidade é a diversificação da oferta.

O caso da colega da Marvel na Disney, a Lucasfilm, serve de aviso. Na preparação de The Force Awakens (2015) começou-se por atirar para o lixo anos de histórias derivadas, uma continuidade barroca chamada “Holocron” com vários níveis de pertinência. Claro, basta recomendar a alguém A Caravana da Coragem ou o Especial de Natal de Star Wars para se ter a prova do que José Gil chama a “não inscrição”. Nunca houve pressa de fazer o blu-ray dessas memórias, e na trilogia “original”, a correcção cosmética foi de tal modo patológica que só graças a um grande maluquinho temos acesso à reconstituição mais fiel do filme de 79, a versão Despecialized.

Secret Wars

Secret Wars

Nos superheróis há uma tradição de mergers and acquisitions a incitar, desde muito cedo, a bons truques de ilusionismo. Um caso recente é o de Angela. A personagem foi criada por Neil Gaiman em 1993, para o Spawn de Todd McFarlane, mas uma questão judicial de direitos acabou por opor os dois autores. Através de uma troca de favores com Gaiman, a Marvel conseguiu apropriar-se da personagem, e através de Age of Ultron (2013) introduziu-a no seu universo, onde é agora irmã de Thor e consorte dos Guardians of the Galaxy. O crossover é instrumento preferencial desta magia. Na variante mais modesta, é semana de moda, com fatos novos para todos; na mais pesada, é cirurgia mitológica de coração aberto.

Se em 1985, no primeiro Secret War, a Marvel cozinhava um evento à medida dos brinquedos da Mattel, com heróis magicamente transportados para um planeta alienígena (uma versão rudimentar dos Hunger Games), a concorrência já estava um passo à frente, e o gongórico Crisis of the Infinite Earths refazia o multiverso da cabeça aos pés. Devemos a Crisis a noção meta-narrativa da vinheta que se desfaz no branco. Em Infinite Crisis (sequela de 2003), a barreira da realidade é mesmo refeita a soco por um Superboy mimado!

O novo Secret Wars também tem uma agenda, embora bem disfarçada, com mitemas sofisticados. Pretende-se a eutanásia da linha Ultimate, guardando os seus aspectos mais reconhecíveis, o que começara com Original Sin (2014), uma maquinação para encostar às boxes Nick Fury, que a população em geral não vê como branco. Em paralelo, a retaliação que a Marvel exerce perante a Fox, por arruinar a face fílmica de Fantastic Four, atinge novas proporções, aspecto que certamente dará algum gozo ao seu último escritor de qualidade, Jonathan Hickman, que tem utilizado a equipa como cavalo de Tróia para desconstruir o universo Marvel: Secret Wars gira em torno da família original, mas esta está irreconhecível.

Nos meses que antecedem Secret Wars, os peões preparam-se para um colapso cósmico, que não conseguem evitar. Tal como na série de 85, emerge então um Battleworld, mas agora é um domínio feudal vicário, composto de todas as multitudes do universo Marvel, onde Dr. Doom é rei. Reed Richards fracassa, e é obrigado a reconhecê-lo perante o seu nemésis (“nós salvámo-nos a nós, mas tu salvaste isto tudo”), o que toca numa questão ontológica do universo Marvel: deve um prometeus transformar-se no demiurgo? E se tiver mesmo de ser?

À semelhança de Convergence, da DC Comics, SW é pretexto de múltiplas recombinações de histórias passadas, em mini-séries especiais que lembram Toy Story: enquanto não estamos de olhos neles, os brinquedos mudam de chapéus e divertem-se à brava. O sucesso deste fan service face ao da concorrência explica-se por um terceiro pólo, a Image Comics. Formada nos anos 90 como alternativa aos dois gigantes, tornou-se a melhor forma de suplementar os seus quadros. A DC tomou-lhe os piores tarefeiros dos primeiros tempos, como o pessoal da Top Cow Studios, mas a Marvel apanhou-lhe o sangue fresco.

Sernerd de tudo isto tornou-se uma carreira de sucesso. Não esqueçamos que E. L. James fez fortuna escrevendo fan fic de Twilight. Como dizia Grant Morrison, quem não gosta do que lê pode cobrir os balões de corrector e escrever por cima, ou ir ler as obras antigas. Mas mesmo sobre essas, nada está escrito na pedra. O conservador T. S. Eliot lembrava-nos que cada obra nova reconstitui o cânone inteiro que a precede. Estava a falar de superheróis?