
Alguns dos originais da exposição são para venda, estando quatro já vendidos. É de aproveitar esta oportunidade de possuir algo único de um autor em clara ascensão.
O giclée na fotografia foi impresso sobre papel Hahnemühle Ultra Smooth de 305g.
Alguns dos originais da exposição são para venda, estando quatro já vendidos. É de aproveitar esta oportunidade de possuir algo único de um autor em clara ascensão.
O giclée na fotografia foi impresso sobre papel Hahnemühle Ultra Smooth de 305g.
A livraria tornou-se mesmo muito pequena para tanta gente. Obrigado a todos os que apareceram para fazer deste dia uma festa da banda desenhada. Apesar do limite de dois por pessoa e de termos várias centenas, os comics acabaram em pouco tempo e foi pena. Continuamos a dar comics toda a tarde, mas infelizmente, não os específicos do dia. No total oferecemos 1710 comics. Passe o exagero, o Shopping Center Brasília já não tinha tanta gente num corredor desde os anos 80 do século passado!
A inauguração de “Intervalos, Lacunas e Imagens em Falta” de Nuno Sousa, correu muito bem, a exposição tem trabalhos de alta qualidade que merecem que apareçam para os ver.
Paralelamente foi incrível o lançamento do primeiro número da revista “Carne e Osso”, um projecto que apoiamos com a compra prévia de 25 exemplares aos que acrescentamos mais 10, porque os 25 desapareceram imediatamente. O Marco Mendes e a Sofia Neto venderam largas dezenas além destes, foi um sucesso. Quem quiser um exemplar, basta passar por cá, custa apenas 3,00€.
Na confusão, não deu para dar muita atenção aos nossos “Vaga” de Nuno Sousa e “Liturgia do Delírio” de Esgar Acelerado. Foram estampados em risografia apenas 93 exemplares de cada e há uma versão de 5,00€ — com o livro numerado e assinado e um print formato 10x15cm; e uma versão de 15,00€ — com o livro numerado e assinado, oito prints formato 10x15cm e um giclée numerado e assinado no caso do “Liturgia do Delírio” e três giclées numerados e assinados no caso do “Vaga”.
Por fim também nos visitou o autor brasileiro Sama, distribuindo simpatia e vendendo praticamente a totalidade dos últimos exemplares das suas edições. Durante este mês iremos editar um livro dele em risografia, “A Entrevista”. Todos os autores deram autógrafos a tarde inteira sem parar. Para o ano cá estaremos e prometemos adquirir pelo menos o dobro dos comics para oferecer no Free Comic Book Day 2016. Até lá!
Com um conjunto de desenhos — esboços, diagramas, apontamentos — Nuno Sousa apresenta um projecto sobre a sua própria família. Num contexto onde praticamente não existe espólio documental (ausência de fotografias de família) o autor desenvolve um projecto centrado nas memórias dos seus familiares mais próximos e onde os seus relatos se misturam com a sua própria interpretação desses relatos.
O projecto desenvolve-se a partir da história de um antigo palacete (entretanto já demolido ) situado na Rua Conde Alto Mearim, onde os seus avós, mãe e tios viveram.
E é através destas imagens dispersas, destes fragmentos e estilhaços de memórias individuais e colectivas que Nuno Sousa lança as pistas e as pontes para o que pretende que seja a sua próxima narrativa gráfica.
Durante cerca de trinta anos, os meus avós paternos, assim como a minha mãe e meus tios, viveram num palacete do séc. XIX em Matosinhos, antiga propriedade do Conde de Alto Mearim, junto ao mercado municipal. O meu avô era na altura vigilante do armazém de uma empresa de exportações que tinha comprado o palacete uns anos antes. De um modo particularmente irónico, a minha mãe e os meus tios, que sempre viveram no limiar da pobreza e não tiveram a possibilidade de estudar, viveram durante a sua infância e adolescência num palacete (mais propriamente, num anexo do palacete, mas tendo acesso a todo o terreno da quinta e a parte do edifício principal) onde décadas antes havia vivido um conde e a sua família. O edifício foi entretanto demolido em 1973, tendo a minha família passado a habitar um aparta- mento perto do local.
Alguns anos mais tarde, aperceberam-se de que não possuíam fotografias do edifício, sendo que até hoje não se conseguia encontrar nenhuma imagem com suficiente definição que pudesse documentar como tinha sido o palacete. As únicas imagens encontradas provém de registos fotográficos aéreos do porto de Lei- xões, onde o referido palacete é visto muito ao longe, perdendo-se no meio do arvoredo que o circundava. As histórias passadas nesse espaço, assim como a curiosidade da desproporção entre o nível económico de vida dos seus habitantes e a grandiosidade do local, marcaram, até aos dias de hoje, as gerações de familiares que não chegaram a conhecer o edifício.
Inauguração dia 2 de Maio de 2015