Etiqueta: dark horse

Sugestões #71

Free Comic Book Day, uma pequena parte ainda na caixa.
Free Comic Book Day, uma pequena parte ainda na caixa.
Jorge Coelho
Jorge Coelho.

De volta com mais sugestões algo tardias. Aproveito para convidar para aparecerem no dia 7 de Maio e participarem connosco no Free Comic Book Day — basta aparecer para receber dois comics, quem comprar algo recebe três. Como se não bastasse vamos inaugurar pelas 17h00 uma exposições de originais de Jorge Coelho. Apareçam e boas leituras!

Marvel para assinatura

Civil War II: X-Men #1 (de 4)

Por Cullen Bunn e Andrea Broccardo. As névoas Terrigen envolvem o planeta, aumentando a raça Inhuman, enquanto a raça mutante se vai extinguindo, o que leva as duas raças a confrontarem-se. Mas quando um novo Inhuman aparece com a habilidade de ver o futuro, os X-Men temem que a balança vá para o lado dos Inhumans, o que pode significar a destruição da sua raça. E para impedir que tal aconteça, um mutante está disposto em fazer guerra aos Inhumans contra os restantes membros da sua raça. Os X-Men entram no confronto do Civil War II, quando Magneto, o mais terrível dos mutantes, toma o destino da sua raça nas suas mãos!

Deadpool Vs Gambit #1 (de 5)

Por Ben Acker, Ben Blacker e Danillo Beyruth. Gambit é o “falinhas-mansas”, o bonitinho engatatão no mundo dos X-Men. Deadpool, bem é na verdade o mais chato, dos mais feios “sacanas” do universo. Mas o que ambos têm em comum? Uma história secreta de trabalharem juntos a fazerem vigarices. E esta é a história do seu último trabalho.

DC para assinatura

DC Universe Rebirth #1

Por Geoff Johns, Gary Frank e companhia. Eis o renascimento do universo da DC. O futuro e o passado do Universo DC começa aqui. O que foi perdido está de volta e nada será mais o mesmo.

Superman: Rebirth #1

Por Peter J. Tomasi, Doug Mahnke e Jaime Mendoza. O mundo precisa do Homem de Aço, mas pode o Superman proteger o mundo, enquanto educa o seu super-filho com a sua mulher, Lois Lane? Agora é a vez de Clark ser o pai e ensinar ao seu filho o que significa ser super. Mas quem anda a caçar o seu filho e porquê?

Batman: Rebirth #1

Por Tom King, Scott Snyder e Mikel Janin. Eis Bruce Wayne novamente como Batman, eis Gotham perigosa como sempre! Eis o tempo em perigo!
Eis a ameaça do Calendar Man!

Dark Horse para assinatura

Prometheus: Life and Death #1

Por Dan Abnett e Andrea Mutti. Os Colonial Marines tomam o controlo de uma misteriosa nave extra-terrestre, após uma batalha contra os Predators que também a querem. Mas o dono da nave acordou, e os Colonial Marines encontram-se presos no espaço com um deus furioso!

Image para assinatura

Jupiter’s Legacy (Vol. 2) #1 (de 5)

Por Mark Millar e Frank Quitely. A continuação de Jupiter’s Legacy está finalmente a chegar. Chloe e Hutch saíram da clandestinidade com o seu filho Jason, para organizar uma equipa de super-vilões. A guerra vai começar! E o ajuste de contas será inevitável!

Midnight of the Soul #1 (de 5)

Por Howard Chaykin. Estamos em 1950 e Joel Breaktsone é um ex-soldado que participou na libertação de Auschwitz. Ele está completamente lixado. Ele não exala um hálito sóbrio em cinco anos, até que a vida protegida que ele criou se desfaz e começa uma longa noite que vai mudar a sua vida para sempre!

She Wolf #1

Por Rich Tommaso. Esta história é uma exploração surreal no horror, que segue uma adolescente que acredita que foi mordida por um lobisomem selvagem. Em pouco tempo ela começa a experimentar pesadelos que a perseguem no seu dia-a-dia.

IDW para assinatura

Tales from the Darkside #1 (de 4)

Por Joe Hill e Gabriel Rodriguez. Aqui o horror e o medo andam de mãos dadas. O bem e o mal, o macabro e o maléfico em vários contos pelos génios por detrás de Locke and Key! A não perder.

Dynamite

White Sand Vol. 01 HC

Por Brandon Sanderson e Rik Hoskin. Uma nova saga épica de magia e aventura pelo genial escritor Brandon Sanderson. No planeta de Taldain, os lendários Sand Masters dominam o poder arcano de manipular a areia de formas espectaculares. Mas quando eles são massacrados numa sinistra conspiração, o mais fraco da sua ordem, Kenton, acredita ser o único sobrevivente. Com inimigos em todos os lados, Kenton forma aliança com Khriss, uma misteriosa Darksider que esconde segredos terríveis. A fantasia do mais elevado nível nesta incrível graphic novel.

Sugestões #70

Armazém
Não temos espaço.

Mais vale tarde que nunca, de volta com mais sugestões para encomendar. Aproveitem para passar na livraria, pois temos muitas novidades disponíveis.

Marvel para assinatura

Civil War II #0 (de 6)

Por Brian Michael Bendis e Olivier Coipel. Eis o mais recente e explosivo evento da Marvel. Neste número serão introduzidos os personagens e a causa que os vai lançar num confronto que irá afectar o universo Marvel nos próximos tempos.

Captain America: Steve Rogers #1

Por Nick Spencer e Jesus Saiz. O Captain America original está de volta, com um novo escudo, uma nova equipa e uma nova missão. Mas não é só Steve Rogers que está de volta. Como diz a expressão, corta-se uma cabeça, e duas nascerão no seu lugar. A Hydra está de volta!

Daredevil/Punisher #1 (de 4)

Por Charles Soule e Szymon Kudranski. Uma simples mudança num dos casos de Matt Murdock, torna-se mais complicado quando o Punisher tenta matar o seu cliente. Se Daredevil e Blindspot querem levar este criminoso ao tribunal, vai ser necessária usar toda a argúcia disponível. Ao Punisher basta apenas uma bala. Que a batalha comece!

Dark Horse

Wandering Island

Por Kenji Tsuruta. Mikura Amelia é uma jovem que vive sozinha com o seu gato e trabalha num serviço aéreo de entregas, voando no seu clássico hidroavião entre as pequenas comunidades japonesas que se encontram espalhadas por centenas de quilómetros no Pacifico. Quando o seu adorado avô morre, ela descobre uma encomenda por entregar, com o endereço para uma ilha que não existe, ou será que existe? Para responder a esta pergunta Mikura voa em busca da verdade escondida sobre a Wandering Island!

Dark Horse para assinatura

Mae #1

Por Gene Ha. Quando ela era uma criança, Abbie descobriu um portal para um mundo de fantasia. E durante alguns anos teve grandes aventuras e era considerada uma celebridade heróica. Mas quando fez vinte e um tudo foi-se abaixo e ela decidiu voltar para casa. A sua irmã Mae, não tinha ideia do que tinha acontecido a Abbie todo este tempo. Isto é, até ao dia em que monstros e outras criaturas começam aparecer no nosso mundo.

Image para assinatura

Renato Jones: The One % #1

Por Kaare Andrews. Metade da riqueza do mundo é detida por um por cento da população. Eles destruíram economias, compraram governos, e juntaram mais poder que qualquer outro grupo na historia. E ainda não têm o suficiente. Com este tipo de poder como é que alguém os poderá fazer pagar pelo o que fizeram? Entra Renato Jones, um misterioso vigilante, para equilibrar as contas!

3 Floyds: Alpha King #1 (de 5)

Por Nick Floyd, Brian Azzarello, Simon Bisley e Ryan Brown. A historia passa-se num subúrbio muito longe daqui, em Munster, Indiana, onde Brewer e CiCi produzem uma bejeca tão distinta, que atrai um rei monstruoso e o seus servos horrendos de outra dimensão. As espadas entram em acção, linhas ultrapassadas e cercos lançados para a subida do Alpha King!

Avatar

Cinema Purgatorio #1

Por Alan Moore, Kevin O’Neil e companhia. Bem vindo ao Cinema Purgatorio, um antologia mensal, com vários contos todos a preto e branco, para permitir a pureza das visões de cada ilustrador, com alguns dos melhores escritores da actualidade envolvidos no projecto. A não perder.

Boom! Studios

Black Dahlia HC

Por James Elroy, David Fincher, Matz e Miles Hyman. Os detectives da LAPD, Bucky Bleichert e Lee Blanchard encontram-se no misterioso e brutal homicídio de Elizabeth Short, uma jovem bela mulher. A sua obsessão leva-os para um caminho negro à medida que descobrem os podres de Hollywood e o passado distorcido e tortuoso da vitima. Este caso vai testar a sua sanidade.

Conundrum Press

Paul UP North

Por Michael Rabagliatti. A acção passa-se entre 1975 e 1976, antes e durante os Jogos Olímpicos de Montreal. Onde a ginasta Nadia Comaneci fez furor. Paul tem agora 16 anos, um adolescente, que descobre novas experiências, muda de escola, anda à boleia, apaixona-se, leva um corte, fuma erva e bebe cerveja. Tudo isto acompanhado duma banda sonora de Peter Frampton.

IDW para assinatura

Archangel #1 (de 5)

Por William Gibson e Butch Guice. William Gibson, o génio responsável pelo livro Neuromancer, vira-se agora para os comics. Os líderes políticos dos EUA em 2016, abandonam o planeta radioactivo que destruíram e tomam conta do poder da última esperança de humanidade: A colossal máquina chamada Splitter, capaz de criar uma nova realidade para eles se infiltrarem e corromper.

Sugestões #69

Encomenda de Março 2016

Encomenda de Março 2016
Uma galeria de caixas.

Com atraso, mas com muitas sugestões que foram anunciadas neste pequeno mês, este ano não tão pequeno.
Aproveitem para visitar a livraria pois Fevereiro foi recheado de muitas novidades e a encomenda de Março já chegou e foi a maior de sempre. Voltamos a ter protecções para comics de todos os tamanhos, para revistas, mangá, novels… longboxes com fartura também. E Pops!. E principalmente muitos livros! Boas leituras!

Marvel para assinatura

Black Panther #1

Por Ta-Nehisi Coates e Brian Stelfreeze. O regresso de T’challa como Black Panther, monarca de Wakanda. O país africano conhecido pela sua riqueza, avanço tecnológico e tradições guerreiras. Tudo isto sempre foi um reflexo dos seus monarcas, os Black Panthers. Agora o actual Black Panther vai ser testado por um grupo terrorista super-humano, auto-denominado People, que iniciou uma violenta revolução entre os cidadãos de Wakanda. T’Challa sabe que o país tem de mudar para sobreviver, mas a questão é se o Black Panther vai sobreviver à mudança?

Star Wars: Poe Dameron #1

Por Charles Soule e Phil Noto. Poe Dameron, ex-piloto da República, actual piloto da Resistência, o melhor piloto da galáxia. Escolhido pela General Leia Organa para comandar um esquadrão numa missão secreta e vital para a Resistência. Poe vai investigar locais de importância histórica para a Força.

Gwenpool #1

Por Christopher Hastings e Gurihiru. Gwen Poole era apenas uma normal leitora de comics, até que acordou num mundo onde os personagens que ela lia pareciam ser reais. Mas não podem ser? Isto tem de ser uma partida, ou um sonho, ou alguma coisa? E isto significa que não existem consequências. Será que Gwenpool poderá tornar-se a mais irresponsável e pior heroína da Marvel de sempre? Sem dúvida! Basta tentar!

Moon Knight #1

Por Jeff Lemire e Greg Smallwood. Marc Spector, ou Moon Knight, ou Jake Lockley ou Steven Grant, tem enfrentado criminosos e mantido a cidade de Nova Iorque segura durante anos, ou será que não? Quando ele acorda num hospício sem poderes e uma vida de relatórios médicos, a sua identidade ou identidades são postas em causa. Algo está errado, mas será esse algo o próprio Marc Spector?

Empress #1 (de 7)

Por Mark Millar e Stuart Immonen. Imagina que estás casada com o pior vilão do teu filme favorito de ficção científica, um ditador temido por todo universo, que te mata se o deixares. Mas que tens de o fazer por causa das tuas três crianças. Tudo o que tens é a tua inteligência, o teu guarda-costas e três armas. Bem-vindos ao universo de Empress!

Dark Horse

How to to Talk to Girls at Parties HC

Por Neil Gaiman, Gabriel Ba e Fábio Moon. Dois jovens adolescentes vão apanhar um grande choque, quando invadem uma festa onde as raparigas são mais do que parecem ser. O mistério das mulheres e dois adolescentes bem tramados com esse mistério.

Dark Horse para assinatura

Aliens: Defiance #1

Por Brian Wood e Tristan Jones. Enfrentando fantasmas do passado enquanto luta pela sua vida, a Colonial Marine Zula Hendricks, na companhia de sintéticos da Weyland-Yutani, é forçada a questionar a sua força e lealdade, quando descobre uma insidiosa espécie alienígena nos destroços de uma nave.

Image para assinatura

Black Road #1

Por Brian Wood, Garry Brown e Dave McCaig. Conheçam Magnus o Negro, nem limpo, nem sóbrio, nem cristão ou pagão, mas é um homem de palavra. Quando um oficial sob a sua protecção é brutalmente assassinado, Magnus vai no encalço dos assassinos até aos limites gelados da Noruega.

Fix #1

Por Nick Spencer e Steve Lieber. Esta é uma história sobre polícias corruptos, mafiosos com planos e políticos rascas que lideram as coisas. E sobre o brinquedo sexual que os pode destruir. E o herói é um beagle que detecta drogas chamado Pretzels.

DC

Harley Quinn and Suicide Squad April’s Fool Special #1

Por Rob Williams, Jim Lee e Scott Williams. A doutora Harleen Frances Quinzel, dá as boas-vindas ao Evil Anonymous, um grupo de apoio para super-vilões com problemas. Onde nenhum problema é insano demais, ou homicida, onde a discrição é assegurada, e dependendo da princesa palhaço, podemos garantir que não existe. Mas quando a Harley Quinn começa a usar os seus pacientes nos seus esquemas diabólicos contras eles, o que acontece é que ela descobre que é alvo de uma maior e mais perigosa piada mortal.

Dark Knight: A True Batman Story HC

Por Paul Dini e Eduardo Risso. Nesta graphic novel original vemos o Cavaleiro das Trevas com novas cores, como o salvador que ajuda um homem traumatizado depois de um brutal ataque que o deixou incapaz de enfrentar o mundo. Na década de 90, Paul Dini tinha uma carreira fantástica como escritor da popular série Batman: The Animated Series. A caminho de casa numa noite, ele foi atacado e espancado selvaticamente quase até à morte. A sua recuperação morosa, foi ajudada pelas diabruras do Joker, Harley Quinn e Penguin e principalmente do Batman, enquanto os escrevia para a TV. Esta é uma obra autobiográfica da luta de Dini para ultrapassar uma situação desesperada.

Drawn & Quarterly

Mary Wept Over the Feet of Jesus HC

Por Chester Brown. Esta é uma interpretação polémica da Bíblia, que será sem dúvida um dos temas mais falados de 2016. Esta obra é o recontar em comics de nove histórias bíblicas que apresentam a tese de Chester Brown sobre a representação da prostituição na Bíblia. Aqui teremos ligações entre Bathsheba, Ruth Rahab, Tamar, Mary of Bethany e a Virgem Mary e os limites dos códigos morais cristãos, ao examinar as implicações culturais das representações do sexo.

NBM

Guardians of the Louvre HC

Por Jiro Taniguchi. Após uma viagem em grupo pela Europa, um designer japonês visita Paris sozinho com a intenção de visitar museus da capital. Mas, deitado com febre na cama do hotel, ele enfrenta a solidão de estar doente num país estrangeiro, sem recurso de alguma ajuda imediata de familiares. Quando a febre diminui, ele vai imediatamente visitar o Louvre, onde se perde nas suas diversas facetas humanas, históricas e artísticas.

IDW

Dungeons and Dragons #1

Por Jim Zub e Nelson Daniel. Minsc e Boo estão de volta! E a vida nunca esteve tão complicada. Forças misteriosas atraem a atenção do lendário ranger e do seu grupo para Ravenloft, que é apenas a dimensão do terror, onde vão dar de cara com zombies na terra da noite eterna.

Umbrella Academy

Argumento de Gerard Way, desenho de Gabriel Bá.

Umbrella Academy

Umbrella Academy

Umbrella Academy

Disclaimer

A sério que queria perceber porque se fala tanto deste livro… E tentei, depois de duas décadas sem mexer no fosso imundo dos super-heróis e afins, lá comprei a edição portuguesa (Este texto refere-se à edição portuguesa embora as fotografias sejam da edição americana da Dark Horse que comercializamos)) da primeira compilação de Umbrella Academy, que junta a equipa criativa (pfffff) Gerard Way, o vocalista dos xoninhas My Chemical Romance (MCR), com o desenhador brasileiro Gabriel Bá – que já esteve presente na galeria da Mundo Fantasma.

Ao pegar no presente volume, mais do que um entretenimento puro e duro, o que vejo é um manual de cultura corporativista em que Grant Morrison, que abraçou a causa da trash culture, defende esta treta usando até o termo “ética do trabalho” para justificar a qualidade da BD. Isto num dos dois prefácios do livro, o primeiro é do desenhador Bá e serve para comemorar a edição portuguesa mas sem que ele tenha muito para dizer onde pouco há para contar, diga-se. O que Morrison alude é complementado com o posfácio Scott Allie (o editor original, dos EUA, da Dark horse) que também diz maravilhas como Way deu ao litro, entre turnês e outros compromissos com a sua banda – uma banda que teve sucesso à escala global – para escrever esta BD.

Admito que ver os vídeos e ouvir a música dos MCR dá-me asco, também eles corporativistas assumidos com fardetas Dark do Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – mas que parecem antes fardas de super-heróis à lá X-Men dos filmes. A música é um insuportável Pop/Rock FM melódico que tanto podia confundir-se com o Punk/Pop dos Green Day como o Rock Teeny dos Tokyo Hotel. Péssimas referências estas duas. Os MCR ficam no meio delas. Visualmente Way é uma criatura horrorosa que faz caretas entre o mauzão demente (como mil bandas esquecidas do Nu Metal) e o tosco sedutor hermafrodita de um Glam Rock tardio. É música adocicada para jovens, subiu nos Tops de vendas sabe-se lá porquê. Quer dizer, a “ética do trabalho” significa muito para um país como os EUA. Passar de um media para outro também é bastante normal por aquele continente, basta ser famoso e rapidamente um “Rock star” vende pinturas, escreve livros, realiza filmes ou escreve para BD. Em 2007, o vocalista dos MCR meteu-se na BD, podia até correr bem e os (meus) preconceitos não serem fundamentados. E engoli-os para comprar este livro… mas não, isto não tem interesse nenhum e só assim se explica tantos prefácios e posfácios, para justificar o inevitável: it sucks!

Spoiler

O problema de Umbrella Academy (porque não traduzir “Academia Umbrella” já que “Academia Guarda-chuva” soa foleiro em ‘tuga?) não é um caso isolado. A produção norte-americana que se mantem com o conceito juvenil de fazer “comic-books” (a quem lhe chame de “floppies” agora) mensais parece ser um paradoxo gigantesco difícil de resolver. Só existe esta indústria de produção por causa das estruturas montadas vindas dos confins do século passado e porque os “comic-books” servem de motor para “trademarks” em que o verdadeiro “big money” é feito a posteriori quando uma série faz sucesso, é compilada em livro, transformada em “merchandising” e adaptada para cinema/televisão. No entanto, como formato para desenvolver narrativas interessantes mostra-se cada vez mais limitado e frustrante, a não ser que se seja um génio como o Alan Moore.

O mais estranho é saber que se fazem “deadlines” apertados para lançar estes fascículos mesmo quando é assumido que se trata de uma “mini-série”, ou seja, parece-me absurdo fazer “deadlines” muito próximos do real lançamento prás ruas quando não se trata de se alimentar uma série “eterna” como o Homem-Aranha que desde os anos 60 sai mensalmente, à qual não se pode falhar neste esforço contínuo. Os gringos assumem que trabalham num formato que não é só limitado fisicamente (cerca de 22 páginas a cores) como também o é temporalmente porque produzem num esquema de entregas mensal em cima do lançamento oficial invés de terem tudo pronto para depois publicarem mais tarde e sem “stresses”. Não me parece que os autores (se quisessem) possam sair desta caixa, ou sequer, lixar a caixa por dentro. Um sistema destes fazem do adágio “e a montanha pariu um rato” verdade, daí que acho esta série previsível de fasciculo em fascículo.

O que se vai ler (ou o que vai acontecer) é nos dado de forma tão óbvia que está-se mesmo a ver que a gaja da equipa destes super-heróis que teoricamente não tem superpoderes AFINAL é a que tem mais “powers”!!! E que o resto da equipa vai ter que lidar com ela quando esta se passar para o “outro lado” – aló Dark Phoenix Saga?

Teaser

Diz a sinopse que durante um acontecimento inexplicável, quarenta e três crianças foram geradas espontaneamente por mulheres que não apresentavam sinais de gravidez. Sete dessas crianças foram adoptadas por Sir Reginald Hargreeves e formaram a Umbrella Academy, uma família disfuncional de super-heróis com poderes bizarros. Na sua primeira aventura, essas crianças enfrentam uma Torre Eiffel enlouquecida. Quase uma década depois, a equipa separa-se, mas estes irmãos, desiludidos, reúnem-se a tempo de salvar o mundo outra vez. (…) Logo aqui soa a “homenagem” (uma forma cordial e industrial para dizer “rapinanço”) à Doom Patrol e aos X-Men, equipas de super-heróis bizarros e órfãos da Humanidade que um professor / doutor os reunirá sob a alçada da sua escola e protecção, para os colocar ao serviço do bem.

O universo que nos é dado a explorar trabalha com alguns flashbacks, em poucas coisas são explicadas para causar curiosidade aos leitores e futuros fãs mas não há nada aqui que crie mistério maior para empolgar seja quem for, a não ser que seja um leitor virgem ao género super-heróis. A excepção são as duas BDs fora da colecção que também se encontram neste livro que coleciona os seis primeiros números da série, esboços (so boring!!!) e essas duas BDs que eram “teasers” de promoção, lançadas antes da série sair oficialmente. São estas duas pequenas peças, “Mon dieu!” (de 2 páginas) e “…Mas o passado não perdoa.” (12p.) que mostram algum génio (foi sem querer?), piada e força do argumentista. A última, lançada como um Free Comic Book Day vemos um dos super-heróis desta família disfuncional que tem uns tentáculos, uma personagem extravagante visualmente e que não apareceu na história principal (another spoiler, sorry!) mas nem é por ele que tem piada, é justamente a esquizofrenia da acção toda que se passa nestes episódios, em que não há pontos de referência mas tudo avança para um absurdo de acção bastante divertida. Estes episódios mostram os dotes de Way como um bom manipulador da sua própria criação mitológica. Há que referir, já que tudo é explicado no livro, que estes “teasers” foram realmente feitos antes da série principal ter sido escrita. Ou seja, Way teve aquilo que se chama “sorte de principiante” e que depois foi-se esvaecendo…

Brouhaha

Os desenhos de Bá, feitos com profundos contrastes, lembram o estilo do Mike Mignola mas com mais expressividade que o criador de Hellboy. Suponho que o profissionalismo e “ética de trabalho” safe isto tudo embora acredite que se houvesse menos prazos para os autores, melhor seria o trabalho gráfico de Bá.

Por fim, lembro que nos finais dos anos 80 apareceu uma banda inglesa chamada Pop Will Eat Itself que é capaz de ser o melhor “nome-manifesto” para a música urbana pela forma autofágica como vemos as fórmulas repetirem-se até à exaustão, com uma indústria fonográfica a gastar mais dinheiro em promover lixo do que a incentivar à criação – aliás, como seria possível de outra forma? A “Academia do Guarda-Chuva” tem esse trago a derrota velha e acredito que a Devir tenha decidido publicar esta série para capitalizar o nome de um vocalista de uma “grande” (em dimensão) banda Pop/Rock naquela de trazer público generalista prá BD – e pode ser que daqui essas pessoas saltem para outros livros mais interessantes! É um bom golpe de publicidade, portanto, parabéns!