Entrevista com Junko Mizuno
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A Place to Call Home
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Com Paco Roca. Custa 24,90€. Domestika.
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Pequena história de James Sturm. Medium.
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Uma abominação profana
Uma lista características que H.R. Giger devia incluir ao desenhar o Alien. Lists of Note.
Dave Gibbons é o primeiro laureado da Comics Literary Awareness
The Guardian. Comics Literary Awareness (CLAw).
Star Wars de Thomas Dagg
Fotografias a preto e branco no meio urbano, umas mais bem conseguidas que outras, mas no geral muito bom.
Michael Cho fala sobre Shoplifter
Broken Frontier.
Foi finalmente publicado em Agosto um dos comics mais antecipados por quem se interessa por questões como a censura ou os processos de reedição de material controverso, quer pelo seu conteúdo, quer pela sua importância histórica. Estou-me a referir a Miracleman #9, onde Scenes From the Nativity, escrita por Alan Moore (identificado como The Original Writer, a pedido do autor), desenhada por Rick Veitch e arte-finalizada por Rick Bryant, é reeditada pela Marvel Comics com novas cores e nova legendagem.
Como o nome indicia, neste capítulo, após a “batalha final” com Gargunza (têm mesmo de ler os números anteriores), assistimos literalmente ao nascimento de Winter, a filha de Marvelma… desculpem, Miracleman e Liz Moran, e por ser uma sequência criada sem compromissos e por isso visualmente honesta, esta edição foi alvo de diversos avisos aos retalhistas quanto ao seu conteúdo e que iam subindo de tom à medida que as semanas passavam: de Parental Advisory a Mature (MR) acabando em “Please note that the upcoming Miracleman #9 contains graphic content, including a detailed scene of childbirth”. Com receio que tantas precauções fossem insuficientes, a editora distribuiu o referido número dentro de um saco plástico para evitar que leitores menos avisados e mais sensíveis, apenas habituados a ver sangue associado à morte, o vissem associado à vida.
Mas antes de prosseguir vale a pena fazer aqui um breve resumo do percurso conturbado da série Marvelman/Miracleman e das longas disputas legais que opuseram os seus criadores e editores.
Marvelman foi criado em 1954 por Mick Anglo para o editor inglês L. Miller & Son quando este foi obrigado a descontinuar o seu título mais vendido, Captain Marvel, devido à conhecida acção judicial da DC Comics contra a Fawcett Comics, onde esta era acusada de plagiar o Superman. Depois de 13 anos de disputa em tribunal a Fawcett foi obrigada a parar de publicar Captain Marvel, resultando na sua dissolução como editora de comics. Len Miller que republicava estas aventuras a preto e branco no Reino Unido pediu a Mick Anglo que com o seu estúdio criasse um herói suficientemente parecido e desse continuidade ao título. Assim nasceu Marvelman, cujo alter ego era Micky Moran, um jovem repórter que ao dizer Kimota — foneticamente é a palavra Atomic pronunciada ao contrário — se transforma no übermensch. Para replicar o conceito de família em Captain Marvel, foi criado Dicky Dauntless um adolescente que se transformava em Young Marvelman, e o jovem Johnny Bates, o Kid Marvelman, tendo ambos Marvelman como palavra “mágica” que despoletava a transformação.
As aventuras da família Marvelman continuaram com diversos graus de sucesso comercial até 1963, ano em que começaram a ser importados em massa os comics a cores dos EUA. No entanto, já em 1960 Mick Anglo tinha-se dissociado da L. Miller & Son e decidido reciclar e publicar algumas das suas histórias e, apesar de sempre ter reclamado direitos autorias sobre o Marvelman, renomeou o herói para… Captain Miracle.
Avançamos para 1982 e entra Alan Moore com uma questão pertinente e até então inédita: Como seria alterada a nossa realidade se os super-herois realmente existissem? Moore recriou Mike Moran, agora um homem de meia-idade, casado, envelhecido, a viver na socialmente depressiva Inglaterra de Margaret Thatcher (“personagem” que irá estar bem presente na obra de Moore, explicitamente em V for Vendetta, série criada na mesma época, e implicitamente em From Hell) e sem memória do seu passado heróico.
Originalmente publicada em capítulos a preto e branco, com arte de Garry Leach, Alan Davis e John Ridgeway, na excelente revista Warrior, a antologia editada por Dez Skinn (um antigo editor da Marvel UK) a série viu o seu nome alterado, contra a vontade de Moore, para Miracleman devido a pressões judiciais da Marvel (Machiavelli ficaria orgulhoso). Miracleman seria então publicada a cores pela Eclipse Comics a partir de 1985, tornando-se numa série de culto com a arte de Chuck Beckum, Rick Veitch e principalmente de John Totleben. Na sua última fase (Miracleman #11 a #16, Book Three: Olympus), Moore cria algumas das mais violentas e sangrentas páginas publicadas nos comics até então, retratando a luta de Miracleman com um lunático Kid Miracleman nas ruas de Londres. No fim, Miracleman apenas encontra uma solução para evitar futuros massacres: Institui um regime totalitarista na Terra.
Neil Gaiman passou então a ser o argumentista a partir do número 17 e com Mark Buckingham criou uma ambiciosa história em três capítulos — The Golden Age, The Silver Age, The Dark Age — onde problematiza a existência de uma Utopia liderada por um único (super)ser. Mas com a falência da Eclipse, a série foi interrompida no número 24, no início do segundo capítulo, e dá-se o começo de uma série de batalhas jurídicas que durante anos irá opor Moore, Davis, Gaiman, Skinn e mais tarde Todd McFarlane, que entretanto tinha comprado o fundo de catálogo da Eclipse.
Avançamos para 2013 e na New York Comic-Con, Joe Quesada anunciou que a Marvel iria republicar a série original em 2014 e que Neil Gaiman iria finalmente continuar a sua história em colaboração com Mark Buckingham.
“I love the idea that I will get to finish this story”, referiu Gaiman numa entrevista à Marvel.Com, “The tragedy of Miracleman was that we published two issues, wrote three and a half – and then it all stopped. And Miracleman #25 has been sitting in the darkness – nobody has seen it. It was drawn, it was written, it was lettered over 20 years ago.”
A equipa da Marvel Special Projects tem trabalhado com os autores nestas reedições através da utilização das pranchas originais ou de provas de impressão e afirma que novas técnicas estão a ser usadas para assegurar um produto final de qualidade. Mas se a nova legendagem melhora o aspecto final das páginas já as cores aplicadas têm demasiados efeitos especiais, a nudez pontual de Liz Moran foi censurada com revisões na arte e até a palavra nigger, usada totalmente dentro do contexto, foi eliminada.
Apesar disto recomendo a leitura de Marvelman/Miracleman neste infeliz formato em “alta definição” tão-somente pelos extras que cada edição contém: Reprodução das páginas originais e capas, diversas notas de produção e reedição de histórias clássicas dos estúdios de Mick Anglo dos anos de 1950, ficando a faltar no entanto textos que contextualizem a série e a sua importância para a história dos comics deste que é sem dúvida um dos melhores trabalhos de Alan Moore, e entre os melhores de Neil Gaiman.
André Azevedo escreve habitualmente no blogue A Garagem.
Já a pensar no Natal, tenho mais uma série de sugestões para encher o sapatinho ou a peúga! A destacar Thanos Vs. Hulk por Jim Starlin, Angela: Asgard’s Assassin por Kieron Gillen, Phil Jimenez e companhia ambos na Marvel, Hellboy e BPRD por Mike Mignola, John Arcudi e Alex Maleev na Dark Horse, Bitch Planet por Kelly Sue DeConnick e Valentine De Landro na Image, Crosse: Plus 100 por Alan Moore e Gabriel Andrade na Avatar e Master Keaton por Naoki Urasawa na Viz. Aproveitem para visitar a livraria que está, como habitualmente, cheia de novidades e excelentes títulos para experimentar. Boas leituras!
Por Jim Starlin. O Hulk é raptado pelo Pip o Troll e vendido ao Annihilus! E algures o Thanos é metido na confusão. Violência e acção! Muita violência e muita acção quando estes dois titãs se enfrentarem!
Por Kieron Gillen, Marguerite Bennett, Phil Jimenez e Stephanie Hans. Toda a sua vida, Angela a maior guerreira de Heven, foi educada para odiar Asgard com todas as suas forças. Agora ela sabe a verdade das suas origens, ela é irmã de Thor, ela é asgardiana. Exilada do seu mundo e sem querer nada de Asgard, Angela tem de sobreviver sozinha. Mas o que é que Angela tem que tanto Asgard e Heven querem?
Por Mark Waid, Carlos Pacheco e Julian Totino Tedesco. O agente especial Phil Coulson reúne os melhores e mais inteligentes, os mais dotados e a élite, humanos e super-humanos do universo Marvel nas mais diversas missões para a SHIELD! Cada número, uma missão, cada número, uma aventura completa!
Por Elliott Kalan e Marco Faill. Eis o novo professor e orientador da Jean Grey’s Academy, Spider-Man! O que faz um não mutante numa escola para mutantes? Qual é o motivo que levou à formação da sua turma especial? E o que fará Spider-Man no meio desta confusão?
Por Grant Morrison, Peter Milligan, Joe Quesada e Mike Allred. Um perturbante confronto antes da batalha de Londres, narrada por Grant Morrison e ilustrada por Joe Quesada. E uma nova aventura de Miracleman pelo génio de Peter Milligan e Mike Allred.
Por J. Michael Straczynski, Ardian Syaf e Sandra Hope. Quem salvará o Superman? Ele pode ser invulnerável, mas está também sozinho! Na sua curta carreira como herói, Clark Kent enfrentou os mais perigosos, mortíferos e monstruosos vilões do planeta. Mas a sua maior ameaça pode vir de dois humanos perfeitamente normais, que são duas das pessoas mais inteligentes da Terra! Eis Lex e Alexandra Luthor, que foram pagos para arranjar uma forma de anular os poderes do Superman e o homem que destruiu Krypton foi recebido pelos governos do mundo, para completar a sua missão, com o assassínio de Kal-El!
Por Cullen Bunn e Jeremy Haun. Quando a família de Dillon Chase foi massacrada por um lobo, a sua vida mudou para sempre. Dillon vai na caça da criatura, mas depressa ele descobre que a licantropia é mais insidiosa do que as lendas alguma vez disseram. Cada Lua cheia, ele está mais próximo do monstro, mas cada Lua cheia, ele apercebe-se que para deter o lobo, ele tem de matar o humano e transformar-se ele próprio no temível monstro.
Por Mike Mignola, John Arcudi e Alex Maleev. Uma série de homicídios bizarros e rumores levam o Professor Bruttenholm a enviar o jovem Hellboy na sua primeira missão a uma vila brasileira. Hellboy e um pequeno grupo de agentes descobrem algo terrível nas sombras duma fortaleza portuguesa do século XVI.
Por Kelly Sue DeConnick e Valentine De Landro. Bem-vindo a Bitch Planet, uma prisão de alta segurança num planeta inóspito, onde mulheres inocentes, ou culpadas são sujeitas a um inferno nesta série de ficção científica e “exploitation”.
Por John Arcudi e James Harren. É assim: um espantalho entra num bar e começa estourar com tudo entre dois mundos. Após uma longa ausência, Rathrag, Sacrecrow Warrior God está de volta e infeliz. Más notícias para os seus inimigos, mas piores para toda a gente! Esta é uma aventura no mundo moderno, cheio de acção e fantasia onde bares do “piorio”, gatos zombie, skinheads psicóticos e múmias gigantes fazem parte do dia a dia.
Por Alan Moore e Gabriel Andrade. Passado 100 anos no futuro, Alan Moore cria um novo mundo e uma história cheia de um detalhe impressionante, onde civilizações são reconstruídas e gerações crescem sob condições extremas! A arquivista Future Taylor lidera uma equipa que trabalha na reconstituição dos eventos históricos da pandemia original Crossed. Ela viu-os em vídeos, mas nunca nenhum vivo com a doença, os Crossed são parte dum passado distante. Até que de repente um punhado aparece e o sangue começa a escorrer. Nada é o que parece neste horrível mistério pelas mão do génio de Alan Moore.
Por Naoki Urasawa. Taichi Hiraga-Keaton é o filho dum zoologista japonês e duma nobre inglesa. Ele é um investigador de seguros, conhecido pelo seu sucesso e métodos pouco ortodoxos de investigação. Educado em arqueologia e ex-membro das SAS, Keaton usa os seus conhecimentos e o seu treino de combate para descobrir segredos enterrados, derrotar potenciais vilões e revelar a verdade!
Por Yusei Matsui. Conheçam os potenciais assassinos da classe 3-E: Sugino, que deixou as suas notas afundarem e foi expulso da equipa de baseball. Karma que é um bom aluno, mas continua a ser suspenso por envolver-se em lutas e Okuda, que tem falta de aptidões académicas e sociais, mas é um génio em química. Quem tem a maior chance de ganhar a recompensa? Será o feito conseguido através de piedade, força bruta ou veneno? E quais as hipóteses do seu professor recuperar a sua auto-estima?