Cannon

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Cannon de Wallace Wood é uma colectânea de tiras destinadas originalmente aos soldados americanos em guerra no Vietname. Há uma mulher precariamente vestida (nua) de duas em duas ou — no máximo —, de três em três vinhetas, é “sexploitation” puro e à antiga. Não há uma única mulher que apareça e que por uma razão ou por outra não tire a roupa, sendo a pior delas todas a temível agente chinesa Madame Toy. Claro que a cruel agente comunista acaba apaixonada pelo nosso herói, o agente especial John Cannon.
Esta banda desenhada é de um tempo em que não havia o conceito do politicamente correcto e apesar do sexo e violência, há uma inocência na história que há muito tempo desapareceu deste meio. Hoje tem que ser tudo pensado e repensado antes da publicação, os personagens têm de ser muito existenciais e contemporâneos, carregados de problemas e dúvidas. Não Cannon, que é recto como uma seta. A esse basta-lhe liquidar agentes inimigos a torto e a direito e no fim do dia ter por perto uma mulher bonita.
A edição da Fantagraphics é a preto e branco, volumosa com 296 páginas e capa dura. É um bom livro para se ler nos dias de escapismo total.

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